Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso
 
 
 
// TESES E DISSERTAÇÕES
DISSERTAÇÕES DE MESTRADO // DISSERTAÇÕES EM 2021
ALEXANDRE KENICHI GOUIN
Tocar as Imagens, Aproximar-se dos Arquivos: a montagem no cinema de Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi
Orientadora: Anita Leandro
A presente pesquisa investiga a prática de montagem de imagens de arquivo dos cineastas e artistas visuais italianos Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi nos filmes Dal Polo all’Equatore (1986) e Su tutte le vette è pace (1998). Pretende-se mostrar como essa prática, ao colocar em primeiro plano a dimensão material do arquivo, cria as condições de uma relação sensorial com a imagem. Mais especificamente, é a superfície das imagens que se encontra evidenciada por uma prática de montagem que proporciona uma experiência tátil do olhar. Ao trabalhar a plasticidade das imagens, os artistas convocam o órgão da visão ao exercício de uma atividade háptica, essa capacidade do olho de funcionar como órgão do tato. Isso só é possível graças a diversas técnicas de composição oferecidas pela câmera analítica, aparelho construído pelos cineastas para efetuar operações de alteração de velocidade, reenquadramento e ampliação de detalhes. Esse aparelho, ao colocar em relevo aquilo que um visionamento das imagens “em estado bruto” não teria sido capaz de revelar, oferece ao espectador uma nova percepção das imagens. Desse modo, problematizando as dimensões discursivas e materiais da imagem de arquivo, apresenta-se como uma poderosa ferramenta de subversão do olhar sobre as imagens.
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AMANDA REZENDE LOPES
Mulheres, Política e Misoginia: o ódio on-line como instrumento de poder
Orientador: João Batista de Macedo Freire Filho
Resumo: O principal objetivo deste trabalho é examinar as manifestações de ódio, no ambiente on-line, direcionadas às mulheres que se dedicam a cargos políticos. Na esfera pública, as mulheres enfrentam agressões constantes e têm as suas candidaturas e mandatos reiteradamente prejudicados. Considerando as práticas tecnológicas atuais, constata-se que a misoginia é utilizada como instrumento de poder e encontra, na internet, um local de livres expressões. A hipótese é de que o ódio on-line às mulheres na política, veiculado nas plataformas comunicacionais, exerce papel estratégico na conservação das relações de poder e incide diretamente sobre a manutenção das desigualdades sociais. Este estudo pretende elucidar as dinâmicas socioculturais e os afetos mobilizados na contemporaneidade, sobretudo no que se refere à violência contra as mulheres na política. Para desenvolver esta investigação, propõe-se a análise dos discursos de ódio centrados nas figuras de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, pelo PSOL, assassinada em março de 2018; Manuela D’Ávila, candidata à vicepresidência pelo PCdoB nas eleições de 2018; e Maria do Rosário, atualmente deputada federal pelo Rio Grande do Sul e filiada ao PT. As três personalidades se aproximam pela interseção entre gênero e política e por já terem sido eleitas por votação popular, além da grande visibilidade midiática obtida no ano de 2018. A decisão também se baseia no fato de que elas simbolizam diferentes “perfis femininos”, de acordo com a noção de perspectiva social e a abordagem de gênero como serialidade, o que expande as possibilidades de enunciação. O corpus da pesquisa, delimitado a partir da ferramenta BuzzSumo, reúne os 50 links nacionais com maiores números de engajamento no Facebook, entre julho e dezembro de 2018, gerados nas buscas por cada um dos nomes selecionados. Este acervo contempla os comentários presentes nos textos de blogs, sites e portais de notícias. A partir deste material, foi possível categorizar o conteúdo em quatro chaves interpretativas: objetificação (aparência física e sexualização), patologização (doença e insanidade mental), demonização (cunho religioso e moral cristã subvertida) e ameaça psicológica (diminuição, humilhação, aniquilação e intolerâncias flagrantes), além de outros recursos comuns. A metodologia aplicada é uma proposta crítica da Teoria Fundamentada ou Fundada (TF) enquanto perspectiva de pesquisa para o ciberespaço, fundamentada na análise do discurso de inspiração foucaultiana, que percebe as relações de poder como inerentes à linguagem em situações sócio-históricas determinadas. O quadro teórico de referência desta dissertação é composto, principalmente, por autores que abordam o conceito de ódio pelo viés sociológico, filosófico e comunicacional e por pesquisadores dos estudos políticos e de gênero que discutem as opressões estruturais, especialmente nas comunicações virtuais.
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ANA LUIZA SILVA DE CASTRO
Por uma Teoria Integrada das Inteligências: a cooperação entre inteligência humana e inteligência artificial como relação produtiva
Orientador: Giuseppe Mario Cocco
Resumo: Essa última década, perpassada pela aceleração algorítmica, nos trouxe uma significativa intensificação no debate sobre inteligência artificial, entretanto nenhum consenso foi atingido no que tange as suas reais possibilidades e desafios. Objetiva-se nessa dissertação compreender se é possível pensar a relação entre inteligência humana e inteligência artificial de uma forma produtiva. Para isso adotamos a metodologia de pesquisa bibliográfica, de maneira que, no referencial teórico do primeiro capítulo contemplou-se, primeiramente, os estudos de Bostrom (2018), de Greenfield (2017), de Heudin (2019), de Pasquinelli (2017) e de Picq (2019); e em segundo lugar, os de Malabou (2008), de Malabou (2019) e de Kurzweil (2008). Para o segundo capítulo, nossas reflexões se baseiam majoritariamente em aportes oriundos de Bergson (1999) e de Malabou (2019). No terceiro, e último capítulo, buscou-se inspiração para a base teórica em Bergson (2009), Damásio (2018) e Foucault (2005, 2008), a partir de reflexões de Cocco (2020). Com base no trabalho realizado, conclui-se que é possível sim pensar a relação entre inteligência humana e inteligência artificial de maneira produtiva, partindose da ideia de que elas não são de mesma natureza e que, por isso, não há como haver competição entre ambas, sendo que, isso torna o debate da singularidade uma falsa questão. A verdadeira questão é qual é a relação que se estabelece entre as duas, cuja resposta possível é uma relação de cooperação, na qual a inteligência humana se beneficia da potência de cálculo da inteligência artificial e de seus modelos preditivos, como pode ser visto no caso da pandemia de coronavírus.
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ANDRESSA MARIA SILVEIRA DE ALCÂNTARA
Reconfigurações da Televisão Contemporânea: um estudo do reality show de gastronomia MasterChef Brasil
Orientadora: Beatriz Becker
Resumo: Os programas de culinária estiveram presentes na grade de programação da tevê desde a implantação do meio. Os reality shows de gastronomia só começaram a fazer parte da grade de programação das emissoras na década de 1990 no Reino Unido, substituindo o teor pedagógico dos primeiros programas de culinária por produções de entretenimento que investem em estratégias comerciais sofisticadas para garantir a adesão do público. A partir de um resgate histórico dos programas televisivos brasileiros sobre culinária e gastronomia, associado ao desenvolvimento da televisão no país, este trabalho toma como objeto de estudo a sétima temporada do programa MasterChef Brasil para identificar as principais reconfigurações da televisão na atualidade. Exibido na Rede Bandeirantes, no site do programa, no Amazon Prime Vídeo, no YouTube e no canal Discovery Home & Health, este reality é um exemplo dos modos como a TV busca promover a interação com as audiências no ambiente convergente, explorando o engajamento emocional do público. Para alcançar estes objetivos, é adotado o percurso metodológico da Análise Televisual Convergente (BECKER, 2019). São observadas cinco dimensões para investigar a complexidades dos processos comunicativos de MasterChef: a análise textual, as singularidades da ambiência e/ou dos dispositivos, as características das organizações e práticas produtivas, a circulação de um programa no ambiente convergente e as interações das audiências. A pesquisa propõe reflexões sobre o infoentretenimento e o fenômeno das celebridades e aponta que MasterChef Brasil configura-se como um programa transmídia. Espalhado em diversas plataformas, o programa faz uso dessas ambiências para gerar engajamentos com a audiência, mas não contribuiu para relações mais simétricas entre produção e recepção na cultura participativa.
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BEATRIZ LOBO DE ALBUQUERQUE SANTOS
De Donzela à Heroína: relações entre feminismo e infância em narrativas audiovisuais de princesa
Orientadora: Beatriz Becker
Resumo: Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as narrativas de princesas, considerando que atuam como dispositivo pedagógico de construção das identidades na infância, como propõe Rosa Maria Bueno Fischer. Buscamos observar como são realizadas as construções da figura da princesa em regimes históricos e culturais específicos nas narrativas audiovisuais. Esta pesquisa é amparada na perspectiva da representação de gênero como construção social e em uma compreensão do audiovisual como dispositivo que delimita para mulher uma "ordem social específica" e atua na construção de subjetividades, articulado à discursos e relações de poder, ou seja, como “tecnologia de gênero”, em acordo com Teresa de Lauretis. Assume-se como hipótese que as representações e as histórias das princesas sinalizam novas formas de representação do feminino decorrente tanto de dinâmicas mercadológicas, quanto de movimentos feministas e desejos humanos imbricados em práticas sociocioculturais. Partindo de uma ampla pesquisa exploratória em torno das maneiras como as figuras das princesas têm sido elaboradas em obras audiovisuais e utilizando a metodologia da Análise Televisual (AT), sistematizada por Beatriz Becker, investigamos quais são os novos sentidos produzidos pela figura da princesa e como eles são interligados à infâncias femininas e aos movimentos feministas. As contribuições de Rebecca Hains, Stuart Hall, Heloísa Buarque de Hollanda e bell hooks são referências teóricas relevantes neste estudo, ancorando a abordagem desta complexa temática.
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BRUNO FELIPE DUARTE DA SILVA
Línguas Desatadas: afrofabulação e bixaria negra no documentário de Marlon Riggs
Orientadora: Consuelo da Luz Lins
Resumo: Este estudo tem como tema central a análise do documentário Línguas Desatadas (Tongues Untied, EUA, 1989), do cineasta negro, homossexual e soropositivo Marlon Riggs (1957-1994). A pesquisa analisa a relevância deste filme para o cinema independente norte-americano, tanto por sua contribuição para as discussões sobre relações raciais, sexualidade e HIV/Aids de forma interseccional nos Estados Unidos do final dos anos 1980 quanto para a experimentação cinematográfica através do documentário. O trabalho articula os conceitos de fabulação, afrofabulação e fabulação crítica para identificar estratégias de tensionamento na relação cineasta-personagem em filmes de não ficção. O estudo localiza a obra e a biografia de Marlon Riggs enquanto um deslocamento epistêmico no campo da produção de imagens sobre corpos e subjetividades de pessoas negras e LGBTI+.
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CAIO BRASIL ROCHA
Mortes Menores: categorias de classificação da infância no jornal Extra
Orientador: Muniz Sodré de Araújo Cabral
Resumo: A pesquisa aborda o "menor" como conceito que estabelece diferenças sociais entre as infâncias no Brasil. Investigamos notícias de homicídio no qual crianças e adolescentes surgem como autores e vítimas e analisamos as incidências de notícias e as narrativas construídas no jornal fluminense Extra em 2015. Distanciados do padrão hegemônico de infância pelo racismo e ação estatal, os chamados “menores” são assassinados cotidianamente no país. Historicamente estigmatizados, o estereótipo do “menor” se apresenta como índice da sujeição criminal de crianças e adolescentes no país.
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CAIO DAYRELL SANTOS
(Não) Sendo Ninguém: o uso político das máscaras na América Latina
Orientador: Giuseppe Mario Cocco
Resumo: O rosto é onde se articulam pressupostos sobre quem somos, porque interagimos uns com os outros e como as pessoas devem e podem responder a apelos alheios. Ao tapá-lo, mesmo que de forma parcial, máscaras questionam esses pressupostos, trazendo à tona outras possibilidades de conceber o sujeito, estar em coletivo, agir politicamente e até mesmo pensar o humano. Partindo desta hipótese, essa dissertação investiga o rosto e sua ocultação enquanto performance política, resultando em quatro ensaios independentes, um dedicado à elaboração filosófica do rosto e três reservados a estudo de casos contemporâneos de mascaramento coletivo no Brasil, na Bolívia e no México. Primeiramente comparamos três perspectivas teóricas sobre o rosto, formuladas por três autores diferentes: Emmanuel Lévinas, Gilles Deleuze (com e sem Félix Guattari) e Giorgio Agamben. Apesar de suas singularidades, esses três usam do rosto enquanto conceito para refletir sobre a relação entre política e linguagem e propor formas de resistência. Destas reflexões, partimos para analisar como a comunicação política do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que elaborou a balaclava enquanto uma forma heterodoxa de “relações públicas” e os engraxates de La Paz, que escondem seus rostos durante as horas de serviço como resposta a um intenso estigma social. Como posfácio, comentamos sobre a estandardização da máscara sanitária no decorrer da pandemia de COVID-19, suas implicações éticas e suas respostas políticas.
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DANIELE DA SILVA GARCEZ NOVAES
Sick-Lit: o mercado editorial e a cultura terapêutica
Orientadora: Isabel Siqueira Travancas
Resumo: Partindo da perspectiva da doença como uma construção social, o objetivo desta dissertação é compreender a relação entre a cultura terapêutica (ILLOUZ, 2011) e os romances jovemadultos contemporâneos. Conhecidos também como young adult, essas obras são um produto estadunidense que ganhou relevância no mercado editorial brasileiro a partir dos anos 2000. Ao mapear as listas anuais de livros mais vendidos na revista Veja (1999-2019) e do portal Publishnews (2010-2019), observa-se um aumento no número de romances sobre doenças endereçados ao público jovem após o sucesso de A Culpa é das Estrelas, do autor John Green (2012). Nesse período, começa a circular na mídia a classificação sick-lit (literatura doente) – criada pela socióloga estadunidense Julie Elman (2012; 2014) como uma crítica ao “rehabilitative edutainment” (entretenimento educacional reabilitador) da década de 1980. Trata-se de um estudo qualitativo descritivo que apresenta as polêmicas sobre a formação de um segmento editorial endereçado ao público jovem que tem a doença como um marcador central; e analisa as estratégias comunicacionais adotadas nas narrativas e nos paratextos de quatro livros contemporâneos publicados no Brasil (dois estrangeiros e dois nacionais). Esses livros podem ser compreendidos como um dispositivo (AGAMBEN, 2007) de bioidentidade (ROSE, 2013), que se utiliza de estratégias sensíveis (SODRÉ, 2016) para atender aos desejos dos leitores por respostas e identificação.
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FILIPE FERREIRA GALVÃO
Um Corpo, Nenhum corpo, Dois pedais: impasse e desorientação no mundo em transe
Orientador: Giuseppe Mario Cocco
Resumo: Este trabalho tenta mapear as forças que constituem o mundo planetarizado pela técnica e pelo capitalismo através de um jogo de orientação por fragmentos de imagens e acontecimentos. É um exercício de implicação nas condições de existência de uma época que encarna o conflito agônico entre a aceleração e o freio, entre o global e o local, entre corporeidade e abstração. Partindo de referenciais múltiplos como Nietzsche, Kierkegaard, Sloterdijk, Deleuze e Latour, este trabalho procura as linhas de conexão e ruptura entre os modelos de mundo e os discursos que disputam o seu devir e governança. Nesse percurso, questiona os termos que tentam dar forma à condição de instabilidade planetária atual, bem como os imaginários por trás dos modelos de governabilidade que daí decorrem. O objetivo do texto é criar uma imagem desde dentro do transe do mundo que evidencie as forças em disputa e, dessa forma, traçar possíveis linhas de ação.
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GUSTAVO REQUIÃO CORREA DE MONLEVAD
Indianista, Indigenista, Indígena: formação histórica dos projetos de representação indígena no cinema
Orientadora: Beatriz Jaguaribe de Mattos
Resumo: Esta dissertação busca analisar e compreender as construções e representações das imagens dos povos indígenas na produção audiovisual, cinematográfica ou videográfica, a partir de suas articulações sócio-históricas e projetos de construção e reconstrução de identidades nacionais em território brasileiro. Propõe-se aqui, portanto, compreender algumas das bases fundamentais para estas representações, assim como antecedentes que influenciaram suas construções específicas. Assim, a análise focará em dois períodos específicos de produção: o início do século XX, na cinematografia da Comissão Rondon em seu projeto de integração nacional republicano, e o início do século XXI, a partir da necessidade dos povos indígenas de se auto representarem como agentes ativos de suas próprias narrativas, depois de décadas de lutas por seus direitos e pelo fim das políticas de tutela. O primeiro momento era caracterizado por um projeto centralizador de perspectiva nacional brasileira. Já o segundo, se determina a partir de movimentos horizontais e difusos de membros das próprias comunidades tradicionais, e é resultado direto de décadas de formação do Movimento Indígena e suas políticas emancipatórias. Apesar da difusão do projeto mais recente, persiste um sentimento geral pela necessidade de uma perspectiva multinacional e pluriétnica, pautada por uma pedagogia da diversidade.
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LAÍS GIUPPONI DE SOUZA SILVA
Capacitismo e Propaganda: construções discursivas sobre a deficiência em peças publicitárias
Orientador: Paulo Roberto Gibaldi Vaz
Resumo: Muito tem se falado em capacitismo e suas implicações na maneira como a sociedade percebe pessoas com deficiência. Capacitismo é aqui entendido como preconceito, discriminações ou diferenciações destinadas a pessoas com deficiência. Nessa perspectiva, a pesquisa investigou como ocorre a inserção dessas pessoas no cenário midiático, com específico foco para o meio publicitário, buscando por indícios da presença ou ausência de capacitismo manifestado nessas peças. Para tal, é desenvolvida uma desconstrução dos conceitos de deficiência e preconceito, buscando por diferentes concepções adotas ao longo dos tempos da nossa cultura para a ampla compreensão do que significa o capacitismo hoje. Em seguida, partindo para a busca em campanhas publicitárias, são analisadas as propagandas do ranking YouTube Ads Leaderboard, no período entre 2016 e 2019, tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos da América. O ranking elenca as propagandas mais assistidas na plataforma do YouTube, considerando engajamento e cliques nativos nos vídeos. De 441 propagandas analisadas no ranking brasileiro, 22 possuíam pessoas com deficiência. E dentre 326 do ranking estadunidense, apenas em 5 foram reconhecidas o aparecimento desses indivíduos. Para a análise das campanhas encontradas foram desenvolvidas três categorias com base nas teorias aplicadas, cotidiana, inspiradora e afetiva. Refletindo assim sobre a padronização dos corpos aceitos no meio publicitário e sobre as ausências.
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LIDIA MICHELLE DAMACENO AZEVEDO
Beleza como Negócio: a construção econômica e tecnológica das influenciadoras digitais negras
Orientadora: Liv Rebecca Sovik
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo compreender o processo de construção e as estratégias utilizadas pelas influenciadoras digitais negras no Brasil para tornar o trabalho no Instagram viável como negócio. Para isso, foram escolhidas três influenciadoras – micro, mid e macro – cujos perfis foram acompanhados nos meses de novembro de 2020 e de janeiro de 2021 e uma entrevista semiestruturada feita neste último mês, janeiro de 2021. A base teórica percorreu um caminho que começa pela retomada da ideia de beleza da mulher negra e da representatividade desse corpo no mercado publicitário, passa pelo conceito de neoliberalismo e o debate em torno da plataformização do trabalho, toca no tema do afroempreendedorismo e traz o debate quanto ao racismo algorítmico. Esses conceitos formam a base da Análise de Conteúdo, metodologia utilizada para inferir, a partir dos dados que foram coletados na construção deste trabalho, que as influenciadoras conseguem construir uma carreira profissional lucrativa a partir do trabalho desenvolvido no Instagram, mas que para isso é preciso negociações constantes com a plataforma e com o mercado publicitário. Além disso, foi possível perceber que, apesar da consciência de estarem reféns das regras unilaterais do Instagram, todas as estratégias, empregadas por elas, de investir em negócios que saiam do mercado de influência utilizam, de alguma forma, a plataforma.
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LUIZA SALDANHA MARINHO QUENTAL DE ALMEIDA
Otimizando o Futuro: o transumanismo enquanto técno-filosofia para o contemporâneo
Orientadora: Ieda Tucherman
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo investigar e situar o transumanismo enquanto formação social, imaginário tecnológico e projeto de futuro. Buscamos, através de uma abordagem transdisciplinar, incluindo desde a biologia até a ficção científica, mostrar, numa série de ensaios acadêmicos, como o transumanismo apresenta uma visão de mundo baseada em narrativas tecnológicas grandiosas que misturam previsão com promessa e servem para adiantar um projeto de futuro estreito e aliado ao capitalismo informacional contemporâneo. Exploramos, através do pensamento de Martin Heidegger, Peter Sloterdijk, Abou Farman, Nikolas Rose, Donna Haraway, Katherine Hayles, Rosi Braidotti e Yuk Hui como o transumanismo representa uma forma de ver e se relacionar com o mundo, a tecnologia e o futuro que, de um lado, radicaliza o projeto de expansão do humanismo, e de outro, desafia limites seculares, como os da finalidade da morte e do sentido do universo. Para ilustrar esses pontos, damos foco especificamente aos projetos de técnoimortalidade do transumanismo, e argumentamos, a partir da análise desses projetos, como o transumanismo é também uma resposta às ansiedades modernas provocadas pelo desencantamento do mundo pela ciência. Por fim, também situamos o transumanismo na discussão mais ampla do pós-humanismo e no contexto do Antropoceno, discussões que nos forçam a fazer perguntas profundas sobre o que somos, o que achamos que somos e o que estamos nos tornando.
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RÔMULO DE CARVALHO MORAES BARBOSA
Uma Fenomenologia do iPod: quando a escuta faz cinema
Orientador: André de Souza Parente
Resumo: Esta dissertação faz uma descrição da experiência estética mediada por dispositivos de escuta portátil, com ênfase nos paradigmas técnicos estabelecidos pelo iPod e em certo modo de ouvir música que produz a sensação de estar dentro de um filme. A pesquisa procura traçar comparativos entre o uso desses aparelhos móveis de escuta e as tecnologias do pós-cinema, como a videoarte e as novas mídias. Para isso, recorre especialmente aos estudos relativos ao conceito de “duração” na fenomenologia tardia e em Gilles Deleuze, aproximando a música e o cinema pela análise das temporalidades constitutivas das duas artes. Com efeito, logo se verificará que o iPod causa esse efeito cinemático, em primeiro lugar, por parear música e mundo acusmaticamente, fazendo com que este se expresse como duração, ou seja, como imagem virtual animada. Em segundo lugar, o iPod cria uma situação-cinema por alterar por completo dois aspectos da fruição sonora: o movimento e a repetição. Pois ele imerge o ouvinte no fluxo musical e assim permite que se extraia aventuras narrativas das travessias cotidianas, estabelecendo interioridades controladas em oposição à exterioridade caótica dos ambientes, e massifica a reprodução, remodelando os ecos mnemônicos das músicas como territórios vivos e mutantes, em constante transformação.
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TAISSA MAIA AMORIM CORDEIRO
Linda, Feia e (Des)aparecida: a mulher e os discursos sobre o tropicalismo musical
Orientador: Micael Maiolino Herschmann
Resumo: Esta dissertação está inserida dentro do campo dos estudos da Comunicação, Música e Gênero que vêm se fortalecendo nos últimos anos no Brasil, especialmente no meio acadêmico. Assim, o trabalho tem como recorte temático o tropicalismo musical e como objeto específico as trajetórias artísticas e pessoais das três mulheres ligadas a esse movimento, Gal Costa, Nara Leão e Rita Lee. Entendendo que o objeto “tropicalismo” emerge no contemporâneo por meio das disputas presentes no campo cultural, determinadas pela relação entre saber e poder, como determina Foucault, objetivou-se analisar a contribuição das mulheres tropicalistas para esse movimento de vanguarda, verificando a hipótese de que tal contribuição foi mais relevante do que aquela registrada pela história oficial. Para isso, observou-se um conjunto de discursos, no sentido de propor tensões entre os diferentes enunciadores que falam sobre as três representantes femininas do tropicalismo. Narrativas de cunho historiográfico e crítico foram colocadas em diálogo com as vozes das mulheres tropicalistas, retiradas das entrevistas que elas deram em jornais, no intuito de refletir sobre a contribuição e a participação de Gal, Nara e Rita nos acontecimentos que marcaram a música brasileira no final de 1960 e início de 1970.
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VANESSA DA COSTA GONÇALVES DIAS COIMBRA
Da Imagem à Mediação: uma análise semiótica do Universo Cinematográfico Marvel
Orientador: Marcos Dantas Loureiro
Resumo: Através desta pesquisa, buscamos compreender o processo de mediação da narrativa fílmica entre a produção (Disney/Marvel) e a recepção (audiência), bem como os valores que os filmes selecionados expressam através da narrativa. Partindo da fundamentação teórica-epistemológica da comunicação expressiva, acreditamos que o investimento financeiro na produção destes e de outros filmes semelhantes (blockbusters) obtém o esperado e elevado retorno lucrativo justamente porque dialogam com sentimentos, desejos, lugares comuns, visões de mundo já difundidos na sociedade ou em parte dela. Visões ou sentimentos estes – que os filmes podem contribuir para reforçar, mas que, simultaneamente, já se encontram ali de modo latente – que vão ao encontro, não somente econômico, mas também político-ideológico do capital.
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Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso - Histórico
REVISTA ECO-PÓS
v. 26 n. 02 (2023)
Visualidades: estéticas, mídias e contemporaneidade
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