Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso
 
 
 
// TESES E DISSERTAÇÕES
DISSERTAÇÕES DE MESTRADO // DISSERTAÇÕES EM 2010
ALEVI FERREIRA DE SÁ JÚNIOR
Desvirtuar o Poder, Virtualizar a Imagem: biopolítica, fabulação, dissenso e vídeo
Orientador: Ivana Bentes Oliveira.
Resumo: Essa dissertação investiga a constituição do biopoder desde o seu nascimento no início da modernidade até a contemporaneidade, naquilo que é chamado sociedade de controle. Nessa caracterização, busca-se compreender de que forma as relações de poder repercutem no discurso estético e na sociedade. Feito isso, a dissertação parte para um segundo movimento, que é tentar compreender como a imagem se conforma nesse contexto. Apresentamos que a imagem é produzida e proliferada infinitamente, como clichê e informação, além de assumir outras funções. A hipótese de trabalho defendida é de que é possível retirar a imagem desse domínio e permitir que ela se abra para aquilo que é da ordem do imprevisível. Para tanto, foram identificados três conceitos, a saber, virtual, fabulação, dissenso, que traduzidos em gestos estéticos, permitem que a imagem efetive a sua potência. Para uma melhor compreensão desses conceitos, foi realizado um esforço descritivo e ensaístico de alguns vídeos que realizam esse gesto de resistência e estetização da imagem.
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BRUNO FERNANDO SANTOS DE CASTRO
Um Heróis de Dois Séculos: imprensa humorística e a manha de Aparício Torelly (1926-1932)
Orientador: Ana Paula Goulart Ribeiro.
Resumo: Esse trabalho procurou abordar a obra de Aparício Torelly tendo como base seu jornal A Manha, periódico de humor de forte apelo popular, no qual todo o mundo lhe parecia passível de riso, com todo sua alegria e mutabilidade, afirmando e ao mesmo tempo negando as representações estabelecidas. Observamos o que de novo esse jornal trouxe não apenas para a imprensa humorística de sua época, mas também para a imprensa como um todo. Portanto, estudamos as rupturas e continuidades com a imprensa humorística de sua época aproximando seu trabalho à imprensa popular sensacionalista. Abordamos ainda o humor nesse trabalho como uma questão social, isto é, como uma representação que trabalha com significados compartilhados socialmente de maneira a produzir o riso. De tal maneira, foi possível tratar nosso objeto de estudo, um jornal de crítica social e política por via do humor, proficuamente tomando a história como um processo envolvendo agentes históricos socialmente posicionados em um sistema de comunicações característico da imprensa do início do século XX no Rio de Janeiro. Para chegar a este objetivo, escolhemos analisar a primeira fase de seu jornal (1926-1932). Esse período é significante porque além de pontuar a entrada deste no jornal no cenário jornalístico, é um marco importante para a história do Brasil República, englobando desde a formação da Aliança Liberal até os desfechos da Revolução de 1930, e foi ainda nesse processo que o alter ego de Aparício Torelly em seu jornal passou de “nosso querido diretor” para Barão de Itararé, com o qual ficou imensamente conhecido na posteridade ao construir, via humor, uma dada visão desse período.
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CARLA MARQUES PIMENTA
Do Radicalismo Ideológico ao Pragmatismo Pós-moderno: discursos sobre juventude e política 40 anos após maio de 68
Orientador: João Batista de Macedo Freire Filho.
Resumo: Este trabalho investiga como a mídia brasileira tem circunscrito o espaço político das novas gerações, através da disseminação de discursos sobre a nova juventude e seus horizontes de participação (e transformação) política no novo milênio. A pesquisa enfoca reportagens e artigos publicados a pretexto do 40º aniversário de Maio de 68, que estabeleceram paralelos entre práticas e estratégias políticas desta e daquela geração. Este estudo analisa, ainda, como esses textos midiáticos legitimam e encorajam determinados valores, crenças e ideias a respeito do engajamento político e da mudança social – reformulando os significados de política, ideologia, cidadania, liberdade, responsabilidade e solidariedade no mundo contemporâneo. Nesse contexto, emerge um novo ideal de agente político juvenil, característico da etapa pós-moderna do capitalismo global.
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CARLOS ROBERTO CALENTI TRINDADE
Relações de Poder e Produção de Subjetividade nas Mídias Colaborativas: um estudo do site overmundo
Orientadora: Ivana Bentes Oliveira.
Resumo: O Overmundo é um website colaborativo brasileiro voltado para a divulgação da cultura nacional. A partir da participação dos seus colaboradores, o site procurar abranger manifestações culturais que não se limitem ao eixo Rio - São Paulo. Para isso conta com uma série de dispositivos que descentralizam não só a produção de informação, mas também a organização delas no site e a própria distribuição de poder na comunidade. Enxergando as potencialidades políticas dessa mídia, procuramos investigar as relações de poder que atravessam o site. Nos utilizamos de conceitos como de sociedade de controle, trabalho imaterial, capitalismo cognitivo, multidão, poder constituinte e produção de subjetividade para ancorar nossa reflexões. Também discorremos sobre a formação do conceito de Web 2.0 (no qual o Overmundo se inclui), suas características políticas, e utilizamos alguns exemplos de sites como o Slashdot e o Digg que nos elucidaram melhor suas características. Por fim, analisamos mais detidamente a organização do Overmundo, observando as relações formadas no seu cotidiano, para refletir sobre as subjetividades constituídas nesse processo.
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CAROLINA MARQUES HENRIQUES FICHEIRA
Reinventando a Tradição: os foliões do Morro da Mangueira - entre o ritual e o espetáculo
Orientador: Eduardo Granja Coutinho.
Resumo: O presente estudo analisa as transformações socioculturais dos foliões, desde o “Entrudo”, que representava o carnaval arcaico, em contraposição ao carnaval da aristocracia (vistos nos bailes das grandes sociedades) passando pelos “cordões” e “ranchos” até chegarmos à formação das escolas de samba, especificamente o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Este trabalho também observa a incorporação da festa pelo Estado, pela industrialização da cultura e pelos meios de comunicação. O conceito de tradição se torna a chave condutora desta pesquisa, articulado com os conceitos de cultura popular e identidade, juntos à industrialização da festa e da memória. Também realizamos entrevistas qualitativas no Morro de Mangueira, de julho de 2008 a fevereiro de 2010. Observamos, de forma participativa, que tanto no envolvimento dos foliões com os festejos carnavalescos quanto nos diversos momentos históricos da festa, a folia negociou e negocia o caráter comunitário e espetacularizado dos folguedos carnavalescos nos meios de comunicação.
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FABIANO DA FONSECA RAMOS
Cultura Comunicacional e Interdisciplinaridade: o desafio da integração de pessoas e saberes em uma escola do SENAI-RJ
Orientador: Nízia Maria Souza Villaça.
Resumo: A dissertação tem como objetivo ampliar o conhecimento da equipe técnico-pedagógica do Curso Técnico de Comunicação Visual (CTCV) do SENAI-RJ quanto aos problemas de comunicação da instituição que interferem no desenvolvimento dos projetos interdisciplinares e quanto aos possíveis meios e modos de agir coletivamente para lidar com a situação. O objeto de estudo é a equipe de trabalho formada pelo próprio pesquisador-instrutor e os demais instrutores, pedagogos e gestores do CTCV, na escola de Artes Gráficas do SENAI-RJ, situada no bairro carioca do Maracanã. A pesquisa parte de uma situação contraditória relacionada ao hiato entre a visão de interdisciplinaridade instituída pela divisão nacional do SENAI e a aplicação prática desse discurso institucional no cotidiano escolar do CTCV/SENAI-RJ, especificamente no que se refere às dificuldades enfrentadas pela nossa equipe de trabalho para atuar como um coletivo inteligente, capaz de se organizar em rede para desenvolver um projeto orientado à integração das unidades curriculares do CTCV. No intuito de refletir sobre as contradições de uma instituição de educação profissional que se propõe a integrar saberes sem considerar a urgência da integração de pessoas envolvidas com o projeto interdisciplinar, são utilizados conceitos como: modernidade líquida; sociedade em rede; inteligência coletiva; cultura comunicacional; educação profissional; e interdisciplinaridade. A pesquisa avança na análise das limitações que a cultura comunicacional vigente na escola de Artes Gráficas do SENAI-RJ impõem à tomada de consciência de instrutores, pedagogos e gestores em relação à importância da interação social e do trabalho coletivo para o desenvolvimento dos projetos interdisciplinares do CTCV.
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FERNANDA PEREIRA FERREIRA RIBEIRO
Comunicação do Oprimido: movimentos populares midiáticos nas favelas do Rio de Janeiro
Orientador: Eduardo Granja Coutinho.
Resumo: Este trabalho versa sobre a aplicação de teorias do educador brasileiro Paulo Freire ao campo da Comunicação. Propõe um caminho para a interdisciplinaridade entre os campos da Comunicação e Educação a partir do estudo de Freire nos cursos de Comunicação e analisa a aplicação de seus conceitos nos movimentos populares midiáticos. Investiga a hipótese de que os meios de comunicação devem ser dialógicos e construídos a partir de sujeitos históricos – neste caso, o oprimido. Seguindo as teorias freireanas como norte, o estudo tem como objetivo a análise das principais estratégias para a superação da opressão: a comunicação como diálogo (e não como transmissão de informação ou comunicado); a conscientização (ou leitura) crítica da situação de opressão; a autonomia (ou empoderamento) do oprimido; o papel da liderança revolucionária (ou intelectual orgânico); a articulação política por meio dos movimentos ou grupos populares; as possibilidades de comunicação dialógica a partir das novas tecnologias; além do estudo do conceito de oprimido em si e das favelas como território do oprimido. Esta temática justifica-se pelo fato de que a opressão social ainda é a grande questão atual que deve ser resolvida pela humanidade. A metodologia utilizada parte de um viés sociológico, conceitual e descritivo, contextualizando e historicizando as questões tratadas por meio de revisão bibliográfica e revendo essas teorias sob uma ótica analítica. Valendo-se de mapeamento quali-quantitativo, a pesquisa quantifica e descreve, ainda, cerca de 50 movimentos populares de mídia nas favelas do Rio de Janeiro e 30 instituições de apoio à comunicação comunitária e movimentos nacionais pela democratização da comunicação. Este mapeamento é, como na práxis freireana, o aspecto prático e aplicado do trabalho. As conclusões e resultados da pesquisa baseiam-se no fato de que, numa ordem social marcada por ambiguidades, contradições, determinismos e possibilidades, a comunicação do oprimido deve atuar nas brechas oferecidas pelo próprio sistema no intuito de superá-lo.
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FREDERICO DALTON DE MORAES
Contemplar e Assistir: diferenciações e encontros
Orientador: André de Souza Parente.
Resumo: Diferenciação entre a contemplação e o assistir como ponto de partida para a análise de um olhar contemporâneo que combina as duas formas de ver, se configurando como um contemplar-assistir. Este olhar, que resulta da intensa utilização de dispositivos como o vídeo e o computador, é mobilizado na recepção de obras onde o contemplar e o assistir podem ser empregados simultaneamente, tais como: TV Buda, de Nam June Paik, Five dedicated to Ozu, de Abbas Kiarostami, La Mer, de Ange Leccia, e Koyaanisqatsi e Powaqqatsi, ambos de Godfrey Reggio. Estabelecimento de diferenciadores como “choque”, “expectativa”, “olhar delegado” e “dispositivo externo”, agrupados em dois campos: “flutuação” e “delegação”. A relação do contemplar-assistir com o slow-motion e o tableau vivant. Pequeno levantamento de ideias que apontariam para uma incompatibilidade entre a contemplação e a modernidade. A defesa do olhar demorado como valorização da experiência visual direta e possibilidade de convivência mais criativa das pessoas com suas cidades. O contemplar-assistir como base para propostas no campo da arte-educação.
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GABRIELA DE RESENDE NÓRA PACHECO
O curioso caso do Jornalismo Impresso: considerações sobre tempo e jornalismo na era digital
Orientador: Muniz Sodré de Araújo Cabral.
Resumo: Impulsionado pelos avanços tecnológicos, o jornalismo celebra o advento de uma nova temporalidade (efêmera, fugaz, instantânea), aderindo ainda mais à prática de segmentação do noticiário. Em tempos de convergência midiática, “textos curtos e em carreira suicida” tentam competir com a TV e a Web, em lugar de construírem os grandes gêneros que não se encontram em nenhuma delas. Busca-se, pois, refletir sobre os perigosos caminhos da excessiva fragmentação dos jornais impressos, que, acompanhando a hipersegmentação da mídia digital, tem por objetivo fornecer conteúdo cada vez mais especializado, mas com sérios prejuízos à contextualização dos fatos e à própria integridade do noticiário. Repensar o modelo desses veículos – tanto em termos de conteúdo, quanto de formato –, num cenário marcado pela crise da imprensa, constitui um passo importante em direção a possibilidades de adaptações para que os jornais tenham o seu próprio espaço e não sejam meros reprodutores de notícias já veiculadas.
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JULIANA FRANCO CARDOSO
Eu sou uma imagem - Práticas autorreferentes no cinema: as estéticas de si
Orientador: Denilson Lopes Silva.
Resumo: A dissertação investigará tendências tanto do chamado "cinema moderno", como do “cinema contemporâneo” que relacionam-se com uma prática autorreferente ou "autobiográfica". Partiremos fundamentalmente da noção de FILME-DIÁRIO, de FILME ENSAIO e do FILME DE FAMÍLIA para refletir sobre o que nomeamos de ESTÉTICAS DE SI, inspirados por Michel Foucault. Faremos nossa investigação ao lado de três cineastas principais: Jonas Mekas para pensar o filme diário, Agnès Varda para pensar o filme-ensaio e Naomi Kawase para pensar o filme familiar ou caseiro. Nosso objetivo é discutir como cada um desses cineastas estabelece relações fundamentais com o seu próprio regime cinematográfico e o que isto tudo pode trazer para compreender as imagens autorreferentes hoje.
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JULIANO GOMES DE OLIVEIRA
Jonas Mekas: documentário e subjetividade
Orientador: Consuelo da Luz Lins. Resumo: Este estudo tem como objeto principal o filme “As I Was Moving Ahead Occasionally I Saw Brief Glimpses of Beauty” (2001) do lituano Jonas Mekas. A dissertação se propõe analisar esta obra buscando o sentido e a configuração que ela dá a idéia de subjetividade no campo do filme documentário. Para isso, analisaremos alguns filmes iniciais do projeto dos filmes-diário de Mekas e também o lugar que eles ocupam em relação à história do filme documentário e do movimento da Vanguarda Americana.
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MARIANNA DE ARAÚJO E SILVA
O Pós-Modernismo e a Cultura das Favelas
Orientadora: Eduardo Granja Coutinho.
Resumo: A partir da crítica do discurso acerca da cultura das favelas que se mostra como dominante nos estudos de comunicação e cultura, este trabalho busca investigar a centralidade das noções pós-modernas em meio às ciências sociais e humanas. Partindo da premissa de que não existe visão de mundo socialmente neutra, procuramos esclarecer a relação entre o pós-modernismo, ambiência cultural característica da atualidade, e a lógica do capitalismo contemporâneo. Ao desconsiderar a realidade da vida material e negar as causas estruturais da pobreza, o horizonte ídeo-político construído sobre a cultura popular das periferias urbanas tem se mostrado antiontológico. Razão que nos leva a crer que a função social do pós-modernismo nas discussões acadêmicas, assim como em suas expressões estéticas, reafirma o caráter conservador de suas dimensões teórica e política.
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MAURICIO AUGUSTO PIMENTEL LIESEN NASCIMENTO
Comunicar, Verbo Intransitivo: ensaio para uma comunicação estética
Orientador: Denilson Lopes Silva .
Resumo: O objetivo deste trabalho é agenciar um debate com autores que definem o próprio conceito de comunicação a partir de uma dimensão sensível, ou seja, de uma dimensão que tende a escapar às tentativas de apreensão cognitivo-proposicional. A intenção é contribuir com as discussões dentro do recente campo de estudos denominado ‘estéticas da comunicação’ através da revisão deste próprio termo. Para tal intento, é necessário não apenas resgatar o debate estético em torno do sentir e da experiência estética, como também o debate comunicativo em torno do silêncio e da experiência sensível. Por fim, chega-se a uma comunicação compreendida no seu excesso, no transbordamento. O que será, portanto, objeto deste estudo é uma forma de comunicação que atua rachando o discurso, o signo, a estrutura. Uma forma que não é transporte de informações, expressão ou troca de significados. Uma comunicação alçada a partir das leituras dos livros de Georges Bataille, Maurice Blanchot, Emmanuel Levinas. Comunicação como experiência interior (Bataille); comunicação como abertura e acolhimento (Levinas); e comunicação como palavra plural (Blanchot). A comunicação existe somente quando ela escapa ao poder e quando se anuncia nela a impossibilidade: comunicação como dimensão existencial.
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MICHELE PETRUCCELLI PUCARELLI
Os Tempos das Imagens de Godard e Klein
Orientador: Antonio Pacca Fatorelli.
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo levantar uma hipótese sobre a condição de construção de certas imagens que promovem novas fronteiras visuais. Investigaremos se estas estariam diretamente ligadas à confluência de um tempo diferenciado – e não cronológico, que encontra morada nos intervalos existentes entre as próprias imagens. Para tal, estabelecemos um processo de apresentação e comparação de obras de dois artistas emblemáticos do cinema e da fotografia: Jean-Luc Godard e William Klein, coligando-as a alguns pressupostos teóricos desenvolvidos por Deleuze, Bergson, Bellour, Aumont e Dubois. Tomando como referência estes pressupostos, analisaremos as obras de ambos os artistas em seus processos de aproximação, afastamento e enfrentamento, que através de elementos de variações estruturais, seja de conceito ou de forma, operavam com o tempo de modo a misturar passado, presente e porvir nos hiatos que surgem entre a ação e reação de suas imagens. Através destes processos, estes artistas forçaram as imagens para novos limites que os levaram a estabelecer sentidos para um novo olhar situado cada vez mais à flor da pele. Isto talvez, porque sempre tenha sido na superfície o lugar de excelência para que os artistas revelem a potência das suas justas imagens.
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PEDRO AGUIAR LOPES DE ABREU
Sistemas Internacionais de Informação Sul-Sul: do pool não-alinhado à comunicação em redes
Orientador: Suzy dos Santos.
Resumo: Entre as décadas de 1970 e 1980, uma iniciativa inédita uniu países em desenvolvimento no campo da comunicação: o Pool de Agências de Notícias dos Países Não-Alinhados (NANAP, na sigla em inglês), uma cooperativa de agências nacionais de países do então chamado Terceiro Mundo integradas em um sistema internacional para trocar informações jornalísticas primordialmente entre o que hoje se conhece como eixo Sul-Sul. A experiência foi liderada pela agência oficial da Iugoslávia, a Tanjug, e era promovida pelo Movimento dos Países Não-Alinhados (NAM) no contexto da luta por um reordenamento das estruturas de comunicação internacional, conhecida como NOMIC (Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação). Durante pelo menos os primeiros cinco anos, o pool constituiu uma resposta pragmática aos anseios terceiromundistas pela mudança na cobertura internacional e pela abertura de fluxos Sul-Sul de informação qualitativa e quantitativamente mais equilibrada. Mais que isso, a própria organização e operacionalidade do NANAP se caracterizavam pela descentralização, maleabilidade e livre-associação, aspectos fundamentados nos princípios do socialismo autogestionário iugoslavo e que se mostrariam especialmente adequados às condições de produção nas sociedades periféricas do capitalismo. Este trabalho investiga as marcas deixadas pela experiência não-alinhada nas atuais iniciativas contra-hegemônicas articuladas em rede e na cooperação Sul-Sul em matéria de comunicação internacional para a constituição de sistemas de informação independentes da hegemonia das agências do Primeiro Mundo.
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PRISCILA VIEIRA E SOUZA
Entre o Claustro e o Portal: análise da inserção na Internet de mosteiros da Congregação Beneditina do Brasil e suas implicações culturais na contemporaneidade
Orientador: Márcio Tavares d’Amaral.
Resumo: Esta dissertação analisa a inserção na Internet de mosteiros da Congregação Beneditina Brasileira a partir de diagnósticos da contemporaneidade realizados por pensadores do século XX e XXI que focam a intersecção entre tecnologias de comunicação e cultura. O trabalho tem por objetivos compreender como ocorre a relação entre este grupo religioso e a Internet; perceber implicações sócio-culturais da aproximação de grupos religiosos tradicionais com as novas tecnologias de informação; contribuir, através destas percepções, para a compreensão de aspectos da cultura contemporânea. O recorte teórico centraliza o consumo e elege características da contemporaneidade que a ele estão ligadas, tais como as questões das novas experiências de temporalidade, do espetáculo e das implicações culturais das tecnologias. Ainda utiliza, como pano de fundo, o debate sobre o retorno do religioso no contexto da formação da cultura ocidental e aponta para o potencial das tecnologias de comunicação para a re-entrada em cena da religião. Para isto, considera a hipótese de que essa cultura constitui-se na tensão entre duas fontes, a grega e a judaica. Considera, ainda, o movimento moderno como anti-religioso e propõe uma reflexão sobre a atualidade como fruto de profundas mudanças culturais ocorridas nas últimas décadas. O trabalho indica que a relação dos mosteiros com a Internet é moderada, do ponto de vista do deslumbramento tecnológico existente na atualidade, e implicada na tensão entre a busca por visibilidade e o contexto midiático, que tende ao espetáculo. A inserção beneditina na rede indica também possibilidades de compreensão da realidade e de construção da cultura que envolvem conjunções inéditas, multiplicidade e rearranjos do tradicional, do antigo, do moderno, do atual. Aponta, ainda, para a percepção de que as mudanças culturais podem implicar em uma nova relação entre as fontes grega e judaica do pensamento ocidental, após um período relativamente longo de restrição à fé e supervalorização da racionalidade.
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ROSANE MANSUETTI ROSA LOPES
Comunicação de Risco e Riscos da Incomunicação
Orientador: Mohammed ElHajji.
Resumo: O risco está presente nas sociedades contemporâneas e pós-industriais. O tema da comunicação de risco, da gestão do risco, tornou-se uma questão vital, e numerosos autores analisaram as características da nova sociedade global sob esta ótica. Os debates sobre a entrada da comunicação de risco na agenda corporativa das empresas e instituições nos permitem observar as tensões e ambiguidades. De um lado, há a necessidade de informar os públicos, de outro, a preocupação com a polêmica que a divulgação de certas informações possa gerar. Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise sobre a noção de risco hoje, sua vinculação com os discursos dominantes de legitimidade de ações tomadas pelas empresas e governos e sua apropriação pelos sujeitos da nossa sociedade. Mesmo que se possa constatar que “a comunicação de risco” contenha em si elementos coercivos e de controle, “os riscos da incomunicação” são tais que podem ter consequências catastróficas sobre a organização social. Este trabalho irá abordar uma síntese sobre o conceito de sociedade de risco, procurando estabelecer correlações entre a sociedade de risco e as questões enfrentadas pela saúde pública em situações como as de epidemias como a do vírus H1N1. A proposta é situar as discussões de Beck e Giddens dentro da temática dos riscos nas ciências sociais, não assumindo um caráter linear, mas fazendo um cruzamento de debates e simultaneidades de argumentos entre autores que se referenciam entre si.
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THAIS CONTINENTINO BLANK
Imagens do Brasil nos Cinemas Alemães: os cinejornais sobre o Brasil de 1934 a 1941
Orientador: Maurício Lissovsky.
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar seis cinejornais realizados pelos alemães no Brasil entre os anos de 1934 e 1941. Para a análise desse material partiremos da proposição de Walter Benjamin, retomada por Didi-Huberman, de imagem-dialética. Pesquisaremos de que forma a propaganda nazista de apropriou da imagens do Brasil para fortificar os laços da comunidade germânica, e como os sonhos pan-germanistas se expressam nos cinejornais sobre o Brasil.
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TIAGO MONTEIRO VELASCO
Onde estão os Pop Stars?: a coexistência dos ídolos de massa e de nicho na música pop contemporânea
Orientador: Nízia Maria de Souza Villaça.
Resumo: Desde que Madonna e Michael Jackson surgiram nos anos 1980, a música pop carece de novos pop star com a mesma eficácia simbólica dos dois e de tantos outros anteriores, sobretudo no que se refere a ídolos de massa que são verdadeiras personificações de seu tempo e à capacidade de mobilização de público em nível mundial – ironicamente, em tempos de globalização. Ao mesmo tempo, o termo “pop” é utilizado de maneira tão ampla, não só para a música ou para as artes plásticas, que beira a indeterminação. A hipótese é que os fenômenos estão associados à lógica capitalista pós-industrial que emergiu nos anos 1970, com o objetivo de enfrentar a crise econômica dos países centrais, por meio do aumento do consumo. É o que vem sendo chamado de passagem de uma era fordista, de produção e consumo em massa, para pós-fordista, de produção e consumo segmentados. Assim, o momento seria de coexistência de pop stars enfraquecidos com ídolos da música pop de segmento. Através de uma discussão sobre cultura pop, comunicação contemporânea e análise do discurso de pop stars (Elvis Presley, Beatles, Madonna e Michael Jackson), da entrada e apropriação da música pop na música brasileira e do ídolo de segmento brasileiro Mallu Magalhães, discutiu-se este processo de coexistência de ídolos de massa e de segmento, trazendo a reflexão para a realidade brasileira.
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TONIA MARTA BARBOSA MACEDO
O Discurso da Diversidade: entre a legitimação dominante e a apropriação pelos sujeitos no trabalho
Orientadora: Liv Rebecca Sovik.
Resumo: O tema da diversidade humana insere-se dentro da lógica da incorporação de novas questões no mundo do trabalho, colocando em destaque a diferença e a inclusão em relação às categorias que têm sido historicamente objeto de preconceito e discriminação, como mulheres, negros e homossexuais, entre outros. As discussões em relação à entrada da diversidade na agenda corporativa de uma grande empresa, no Brasil, evidenciaram tensões e ambigüidades em relação à imagem da empresa e à identidade dos trabalhadores que permitiram: 1) uma leitura das resistências à questão e das estratégias de comunicação que levaram a sua legitimação à luz de referenciais culturais e simbólicos da organização e 2) uma reflexão sobre o papel dos indivíduos dentro da empresa na implantação das ações relativas ao tema. Focando o trabalho, o objetivo dessa pesquisa é fazer uma discussão sobre a diversidade como um campo de disputa de sentidos – entre os discursos dominantes de legitimação, por parte da empresa, e a apropriação contra-hegemônica pelos sujeitos dentro da organização.
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Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso - Histórico
REVISTA ECO-PÓS
v. 26 n. 02 (2023)
Visualidades: estéticas, mídias e contemporaneidade
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