Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso
 
 
 
// TESES E DISSERTAÇÕES
DISSERTAÇÕES DE MESTRADO // DISSERTAÇÕES EM 2022
ANDRÉIA MUNHOZ LAGO
Narrativas Imersivas Jornalísticas (NIJs): estratégias de aproximação com público
Orientadora: Beatriz Becker
Resumo: Os discursos jornalísticos traduzem os fatos e a experiência social em acontecimentos midiáticos que influenciam nossos modos de compreender e ver o mundo. O desenvolvimento e as apropriações de tecnologias digitais têm transformado as maneiras do jornalismo narrar e representar os acontecimentos. Em um cenário de intensas reconfigurações das práticas jornalísticas na contemporaneidade, as narrativas jornalísticas imersivas (NJIs) promovem o engajamento do público, por meio de experiências sensoriais e vínculos emocionais. Tais experimentos, com captação de vídeo em 360o e uso de tecnologias de realidade virtual ou aumentada, oferecem aos usuários possibilidades de fazer incursões virtuais em cenários e reportagens que produzem deslocamentos de funções dos jornalistas na produção e disseminação de conteúdos audiovisuais informativos em smartphones e outras interfaces. Ao desvelar as características de tais narrativas por meio de um estudo exploratório comparativo, esta Dissertação aponta que as NJIs atribuem um protagonismo à performance do público mediante a exploração da empatia e da emoção que resultam em mudanças de funções desempenhadas pelos jornalistas e em adequações de linguagem e de convenções do jornalismo do Século XX que nem sempre contribuem para ampliar o entendimento da realidade social.
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EMILY ALMEIDA AZARIAS
Debaixo D`Água Era Mais Bonito, mas Tinha que Respirar: um olhar sobre (auto)cuidado entre mulheres negras em "Café com Canela"
Orientador: Denilson Lopes Silva
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir da narrativa do filme Café com Canela (2017), dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa – e em interlocução com outras peças cinematográficas cuja direção foi protagonizada por mulheres negras –, os afetos e a produção imagética relacionados ao cuidado e, sobretudo, ao autocuidado entre as mulheres negras. A proposta é se debruçar nessas obras a fim de aprofundar nas reflexões sobre a linguagem e sobre as narrativas dessa nova seara do cinema brasileiro e do cinema negro. A partir disso, pretende-se refletir sobre como ela pode romper com os mecanismos raciais através dos sentidos. As obras aqui discutidas estão dimensionadas no âmbito do cotidiano e produzem uma narrativa cotidiana, majoritariamente, mas não exclusivamente naturalista nas relações afetivas entre as personagens, em que o cuidado é pano de fundo.
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GABRIEL DORNELES STAVELE TAVARES
Controvérsias e Artivismos Digitais nas Cenas Brasileiras de Rock e Heavy Metal
Orientador: Micael Maiolino Herschmann
Resumo: A presente dissertação tem o objetivo de cartografar as controvérsias políticas e ideológicas das cenas brasileiras de rock e heavy metal entre os anos de 2018 e 2022 a partir da atuação de páginas e coletivos de fãs nas redes sociotécnicas. Argumentamos que o imaginário que historicamente relacionou esses ritmos a um sentido de rebeldia, hedonismo e transgressão encontra-se em disputa na contemporaneidade em função de mudanças ensejadas pela emergência dessas mesmas redes. Para tanto, traçamos em um primeiro momento um histórico das relações entre rock, heavy metal e contestação política no Brasil e no mundo ao longo das suas três primeiras décadas de existência, período em que alcançou maior popularidade e relevância social, de modo a estabelecer de onde surge e como se desenvolve esse imaginário. Diante das novas configurações das cenas, observamos que a música, a iconografia e a postura combativa do rock e do heavy metal passam a ser reivindicadas por diferentes espectros ideológicos, surgindo tanto nas manifestações de páginas com perfil alinhado a posicionamentos de direita, como “Mundo Metal” e “Headbangers do Brasil - Que odeiam socialismo”, quanto nos coletivos progressistas e antifascistas surgidos a partir de 2018, a exemplo do “Preto no Metal – Coletivo Livre” e do “Movimento Resistência Underground-MRU”, que servem como objeto para essa pesquisa. Postagens, debates, artigos, memes e ações políticas promovidas por esses coletivos, além de embates entre artistas e fãs, declarações públicas e trabalhos recentes de grandes nomes do rock a respeito do tema são expostos no intuito de problematizar o recrudescimento do conservadorismo nas cenas de rock e heavy metal nos últimos anos.
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GABRIELA ISAIAS DE SOUSA
O Comprimento do Desejo: cabelos longos e as performances negras do feminino
Orientador: Muniz Sodré de Araújo Cabral
Resumo: A configuração colonial que negou aos africanos escravizados a inscrição na sociedade como seres humanos guarda resquícios de sua conduta nos dias atuais também por meio da estética. O acesso das mulheres negras ao feminino é introduzido corporalmente e movimenta estigmas racistas fixados na memória e no imaginário popular desde os tempos da escravidão, como a castração e a hipersexualização. Este trabalho parte da premissa de que, na estrutura física do negro, o cabelo é um dos principais marcadores das comunicações de si na escrita social. Desse modo, investiga-se como as relações de poder acionadas pelos estereótipos de raça e gênero atuam na configuração da representação estética de mulheres negras a partir da imagem performática que as mesmas criam sobre si. A pesquisa realizada com 48 pessoas, dentre as quais 36 trancistas cariocas escuras, procura compreender as dinâmicas de beleza que regem o desejo por fios longos (materialidades visíveis), a versatilidade das “trocas de cabelo” configuradas em performances (materialidades sensíveis) e negociadas com uma feminilidade negra criada e alimentada pela indústria mainstream. O comum em torno dos cabelos afrodiaspóricos (encontro de materialidades visíveis e sensíveis) situa-se, aqui, no topo da cabeça — que é reconhecida enquanto divindade: o Orí. A partir da cosmogonia nagô, compreende-se a reunião de mulheres negras em prol da beleza como uma organização política localizada em um bios etéreo posto que o ato de trançar e cuidar umas das outras constitui um território simbólico ancorado nos saberes geracionais transmitidos por corpos que confluem passado, presente e futuro — não necessariamente nessa ordem.
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GUILHERME BARBOSA FERREIRA
Ver os Mundos: encontros entre o Antropoceno e as artes
Orientadora: Victa de Carvalho Pereira da Silva
Resumo: Esta dissertação tematiza os encontros entre o pensamento ecológico e as artes. Pensamos com autores da filosofia, antropologia, história e comunicação, com o objetivo de observar paisagens antropocênicas – termo desenvolvido para se referir a trabalhos artísticos que articulam problemas do Antropoceno hoje. As paisagens observadas consistem no filme Atomic Garden, da artista e cineasta Ana Vaz, e na instalação A privacidade dos outros, dx artista Daniel Lie. Elas tratam de questões como a condição metafísica de incerteza que segue com o Antropoceno, a emergência da vida em paisagens devastadas, as relações multiespécie e os fantasmas coloniais. São práticas artísticas que travam uma guerra com os modelos de visualização hegemônicos, clássicos e modernos, ao apresentarem estratégias experimentais na relação entre sujeito observador e trabalho artístico, natureza e cultura. A partir de um método genealógico que mobiliza a teoria dos dispositivos no campo da arte, investigamos como as paisagens se relacionam à criação de novos territórios existenciais exigidos pela crise ecológica. Com esse percurso, notamos que as paisagens podem responder ao Antropoceno com sua força especulativa, relacional, sensível.
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LAÍS SOUSA JANNUZZI
Maternidade Divina e Discursiva: a união de mães de anjos no Facebook
Orientador: Igor Pinto Sacramento
Resumo: A epidemia causada pelo zika vírus ganhou relevância mundial por causar microcefalia em fetos durante o primeiro trimestre de gravidez. Na era da comunicação online, a crise sanitária ocupou o espaço do debate digital entre usuários, veículos de comunicação e governamentais nas redes sociais. Dentro dessas movimentações discursivas, a presente pesquisa escolheu analisar a presença digital das maiores vítimas da Síndrome Congênita do Zika (SCZ): mulheres e crianças das periferias de várias cidades nordestinas. Elas formaram diversas redes de apoio e tiveram as redes sociais como a principal ferramenta de organização e reivindicação de direitos e visibilidade dentro do tecido social. Portanto, este trabalho pesquisou centenas de postagens, feitas durante o primeiro ano de existência, da página do Facebook da União de Mães de Anjos (UMA) – um dos mais conhecidos movimentos de mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika. Essa interação coletiva no ambiente virtual foi importante para pedir ajuda e comemorar conquistas, mas o estudo das postagens produzidas pela UMA permitiu enxergar a autorrepresentação de mulheres, mães e crianças sem qualquer intermediação discursiva de agentes jornalísticos ou científicos. Essa possibilidade de autorrepresentação pode abrir caminhos para entender com maior profundidade o que é ser vítima de uma epidemia na sociedade brasileira, quais os acordos feitos, os lugares permitidos e o que pode ser aprendido sobre essas vivências.
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LEONARDO RODRIGUES CARVALHO SILVA
Comunidades da Floresta e Comunicação Pública: entrelaçamentos entre a Rádio Nacional da Amazônia e seus ouvintes
Orientadora: Raquel Paiva de Araujo Soares
Resumo: A Rádio Nacional da Amazônia é uma emissora de ondas curtas criada pelo regime militar em 1977 e mantida pelo Estado brasileiro desde então. Em toda a sua história, envios de cartas, participações ao vivo e, mais recentemente, contatos via redes sociais marcam uma intensa interação entre radialistas e ouvintes que vivem em cidades pequenas ou em áreas rurais: vilas, fazendas, sítios, aldeias indígenas, reservas extrativistas e comunidades ribeirinhas. O objetivo dessa pesquisa foi investigar como os diferentes contextos são carregados para essa interação em dois momentos distintos. O primeiro envolve os dez anos iniciais de existência da emissora (1977-1987), então vinculada à Empresa Brasileira de Radiodifusão (Radiobrás). O segundo se inicia com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dentro do processo de regulamentação da comunicação pública, e se encerra com as mudanças legais aprovadas após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (2007-2016). Foram analisadas cartas, entrevistas com radialistas realizadas no âmbito da própria pesquisa, entrevistas de radialistas e ouvintes veiculadas em programas de televisão, e programas da emissora. Conjuntamente, os materiais ofereceram informações relevantes sobre a forma como a vida de profissionais da emissora e de seus interlocutores entrelaça-se no dia a dia, influenciando e sendo influenciada pelo desenvolvimento da Rádio Nacional da Amazônia. Através da metodologia de análise de conteúdo, foram estabelecidos três ângulos contextuais pelo quais interpretamos os dados levantados: a territorialidade, as intenções da emissora e a gestão da emissora. A interação entre radialistas e ouvintes da Rádio Nacional da Amazônia revelou-se estruturada em torno de laços afetivos, mas observam-se diferenças nos dois períodos discutidos. Ao mesmo tempo, situando o desenvolvimento da emissora dentro da trajetória histórica da Amazônia, nota-se que essa interação está ordenada em alguma medida por dinâmicas do pós-colonialismo. Por fim, são propostos novos caminhos para se pensar a comunicação pública a partir da realidade amazônica.
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LIANA SALLES MONTEIRO
Ficções Intersexo no Cinema: prazeres, afetos e paisagens em XXY e Arianna
Orientador: Denilson Lopes Silva
Resumo: Pelo menos desde o último terço do século XIX, o hermafroditismo e a intersexualidade estão fundamentalmente vinculados a um regime do olhar ancorado na ciência e na medicina. Enquanto no século XIX as fotografias médicas se tornaram o modelo paradigmático de produção de imagens de corpos hermafroditas, a partir da década de 1950 a visualização médica da genitália intersexo adquiriu uma nova função: definir qual cirurgia e qual tratamento hormonal serão mais adequados aos corpos dúbios examinados. Nos dois momentos, esses corpos, entendidos como inadequados dentro de uma lógica binária de atribuição do sexo/gênero, são submetidos a um enquadramento visual que os limita à região genital, a fim de que se estabeleça seu “sexo verdadeiro” (século XIX) ou seu “sexo ótimo” (século XX). Esse enquadramento vem acompanhado de outras técnicas e estratégias que visam a conferir a maior visibilidade possível do órgão sexual, dentro do que Linda Williams (1989) compreende como um “princípio da máxima visibilidade”. Em consonância com as reivindicações contemporâneas do movimento intersexo, que contesta os padrões médicos vigentes, os longas-metragens XXY (2007), da diretora argentina Lucía Puenzo, e Arianna (2015), do diretor italiano Carlo Lavagna, propõem usos ficcionais criativos e críticos do paradigma da máxima visibilidade. No primeiro capítulo da dissertação, investigamos as estratégias cinematográficas empregadas pelos filmes para recriar e desfazer tal paradigma, compreendendo que efeitos essas reformulações podem ter no campo de estudos da intersexualidade. Já no segundo capítulo, fazemos uma virada teórico-metodológica em direção à dimensão sensório-afetiva dos filmes, tentando compreender como os afetos e as sensações desfazem, a seu modo próprio, o olhar distanciado e “incorpóreo” da medicina. Por último, analisamos as paisagens nos filmes, refletindo sobre a relação entre natureza, verdade, intersexualidade e paisagem.
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MATEUS SANCHES DUARTE
Arqueologia da Verticalização no Cinema Contemporâneo de Pernambuco
Orientadora: Beatriz Jaguaribe de Mattos
Resumo: Na emergência de uma visão cinematográfica crítica sobre as transformações urbanas que o Recife passou nos últimos anos, uma parte considerável de realizadores pernambucanos buscou explorar em seu território fílmico as reminiscências do paradigma patriarcal, o tropo da empregada doméstica e as assombrações que ressurgiram no Recife moderno. Interessado na contribuição que essa cinematografia oferece ao estudo da relação entre cinema e cidade, a presente pesquisa propõe-se a realizar uma arqueologia da verticalização a partir dessas imagens, compreendendo o cinema como uma arte espacial que cumpre um papel ativo na produção do espaço urbano.
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MATHEUS DA SILVA PEREIRA
Trabalho e Controle: notas sobre o avanço das plataformas de delivery e a resistência dos entregadores
Orientador: Giuseppe Cocco
Resumo: Esse trabalho visa discutir a relação entre o avanço das plataformas de delivery e a resistência dos entregadores. Propõe-se, para tanto, o acompanhamento de algumas redes sociais voltadas para a causa desses entregadores, apresentando visões e métodos encontrados até agora. Em paralelo a isso, toma uma discussão a respeito de temas tais quais: uberização, capitalismo de plataforma, algoritmos e controle. Trata-se também de um apanhado de acontecimentos contemporâneos à sua produção, muitos ocorridos durante a pandemia de coronavírus; do contexto de lutas antifascistas; de reformas trabalhistas; e aumento do desemprego formal. Com isso, usamos as plataformas de delivery e os movimentos de entregadores para experimentar como se organiza o capitalismo atual.
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PEDRO FÉLIX PEREIRA MOURA
Não Tem Dinheiro: o trabalho no cinema brasileiro contemporâneo
Orientadora: Consuelo da Luz Lins
Resumo: A partir da compreensão de que as relações entre cinema e trabalho se dão no âmbito da representação de cenas laborais e do trabalho desempenhado pelo próprio cinema por meio das funções que suas imagens realizam, a presente pesquisa investiga os elos entre audiovisual e trabalho no cinema brasileiro com foco em dois filmes recentes: Arábia (2017) e Estou me guardando pra quando o carnaval chegar (2019). Dentro desse propósito, o estudo se inicia pelo esboço de um panorama histórico dos sentidos do trabalho ao longo da cinematografia nacional. A análise visa à identificação de enunciados sobre o tema do trabalho que emergem em obras de diferentes períodos e os diálogos que as obras estabelecem entre si. O estudo se embasa por um referencial teórico que olha para as transformações do mundo do trabalho enxergando a atual preponderância do trabalho imaterial sobre o modelo de produção fabril do século XX. Os dois títulos analisados a fundo nesta dissertação permitem inferir noções particulares de trabalho do cinema na produção do contemporâneo.
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ETIENE PEREIRA MARTINS
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LEONARDO RIBEIRO DOS SANTOS
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RHAYLLER PEIXOTO DA COSTA SOUZA
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Eco.Pós - Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da UFRJ - O Curso - Histórico
REVISTA ECO-PÓS
v. 26 n. 02 (2023)
Visualidades: estéticas, mídias e contemporaneidade
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